sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A menina, a mãe da menina e as meias vermelhas da menina.



Ontem na biblioteca municipal, pelo projeto “A hora do conto”, foi apresentado o espetáculo infantil “A menina, a mãe da menina a as meias vermelhas da menina” e nós do CCV estávamos lá pra conferir.
Com uma estética fundamentada e interpretações primorosas, o termo que mais sintetiza a experiência proporcionada pelo espetáculo é “uma ebulição de sensações”.


Todo o tempo a obra nos convida a participar de maneira sincera do que é posto, que de certa forma não tem nada de novo. Não sei se pode ser dito assim, mas o “drama da menina” não é o que mais chama atenção nessa peça mas sim, os contornos estéticos e uma poética sensível, e símbolos eficientes (o espetáculo está repleto deles).
O espetáculo não corre o risco de ser mal lido ou interpretado já que o pensamento sensível não depende da linguagem falada e/ou textual para se realizar em um intercâmbio dialético entre obra e público.
O texto neste tipo de proposta é uma mera perfumaria, aliás, em certos momentos pode limitar de forma drástica as sensações que são propostas pela direção de Rick (Ricardo Mattioli). A palavra enquanto linguagem transmissora de informação, - e a sensação é uma informação-, em muitos momentos jamais daria conta de comporta à ebulição de sensações que experienciamos ontem no prédio que mais parece uma aranha (biblioteca municipal).
O espetáculo, a priori, não traz uma verdade a ser julgada pelo público e sim um convite a se permitir sentir, cada um a sua maneira, suas próprias projeções históricas. Assim crianças, adultos, professores e amigos foram protagonistas daquele fenômeno teatral, no sentido mais axiológico do termo. Se pudéssemos deslocar o fenômeno teatral aos moldes do pensamento de Paulo Freire, é correto dizer que o espetáculo não deposita uma verdade no público, e sim constrói uma verdade junto com o publico.
No limite podemos dizer que pensamento sensível e pensamento simbólico estão em pleno exercício de equalização, e tomam um caminho interessante que a tempos não víamos em um espetáculo infantil em nossa cidade, desse ponto de vista acredito que o dramaturgo brasileiro Augusto Boal pode dar contribuições valiosas para a pesquisa estética do grupo.
A respeito da trilha vou me limitar a dizer que gostei muito, uma vez que a minha imparcialidade analítica pode ser comprometida, como se diz: sou suspeito de falar.... adoro!!!!
Muito obrigado todos Rick, Clara, Linaldo e Marcela....
HASTA!!!! SIEMPRE!!!!!!   
PODE CONTAR CONOSCO DO CENTRO CULTURAL VASCO!!!!

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